O barraco, inédito na história da Câmara de Municipal de Porto Alegre, envolve os vereadores Mauro Zacher, líder da bancada e a vereadora Juliana Brizola, neta do fundador do PDT. E as denúncias, as gestões de ambos, mais a do marido de Juliana, Alexandre "Rambo", na Secretaria da Juventude da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Criada pelo ex-prefeito José Fogaça (PMDB) como uma das contrapartidas para o apoio do PDT nas eleições municipais de 2004, a Secretaria da Juventude passou a ser foco de denúncias. Na gestão de Zacher, o primeiro titular da pasta, houve denúncias de desvio de recursos do Programa Nacional de Inclusão do Jovem - Projovem, desenvolvido com recursos do governo federal, através da contratação, sem licitação, de uma fundação envolvida no escândalo do DETRAN gaúcho, o qual arrastou para a vala o governo de Yeda Crusius.
Criada pelo ex-prefeito José Fogaça (PMDB) como uma das contrapartidas para o apoio do PDT nas eleições municipais de 2004, a Secretaria da Juventude passou a ser foco de denúncias. Na gestão de Zacher, o primeiro titular da pasta, houve denúncias de desvio de recursos do Programa Nacional de Inclusão do Jovem - Projovem, desenvolvido com recursos do governo federal, através da contratação, sem licitação, de uma fundação envolvida no escândalo do DETRAN gaúcho, o qual arrastou para a vala o governo de Yeda Crusius.
Quando do estouro do escândalo, Mauro Zacher, abatido no ar, deixou a Secretaria, sendo substituído por Juliana Brizola e, quando esta desligou-se da pasta para concorrer à vereança, deixou em seu lugar o próprio marido, Alexandre "Rambo", na gestão de quem, agora, surgem novas denúncias envolvendo o desvio de recursos públicos.
Nos bastidores da Câmara de Porto Alegre sabia-se que as coisas estavam esquentando entre os grupos de Zacher e Juliana, que já haviam se enfrentado na campanha eleitoral, na qual ambos concorreram à Assembléia Legislativa, tendo Juliana sido eleita como a mais votada da bancada do PDT.
Na semana passada foi a vez das gestões de Juliana e do marido serem acusadas publicamente de irregularidades envolvendo o desvio de dinheiro público, a partir de investigações e gravações telefônicas realizadas pelo MP e pela Polícia.
Mas foi durante a sessão desta segunda-feira (06/12) que o caldo entornou, bastando trazer-se à colação trechos dos elegantes pronunciamentos trocados pelos nobres edis trabalhistas para que se constate a que nível a coisa chegou:
Juliana Brizola: (...) esta Secretaria, sim, foi alvo de uma quadrilha. Quadrilha essa que foi denunciada pela Polícia Federal - por formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Foram nove pessoas indiciadas. Não é uma denúncia, não é mais uma investigação; foram nove indiciados. Talvez, para esse grupo isso não tenha muita importância, porque eles caminham por aí, pelos corredores, fazem política como se nada tivessem nas costas. Realmente para eles não deve ser nada, porque muitos desses nove, que estão indiciados pela Polícia Federal, têm um homicídio nas costas, já foram processados por um homicídio! O que esperar dessa gente? Vejam com quem eu estou me metendo! E, nesse sentido, eu quero fazer aos meus colegas Vereadores, pelos quais eu tenho muito apreço e muita admiração, um registro: se algo acontecer comigo, com a minha família ou com alguém que trabalha comigo, podem ter certeza de que veio desse grupo.
Mauro Zacher: V. Exa. tem todo espaço que quiser para dizer o que quiser, vir aqui a esta tribuna, se explicar, trazer o seu esposo, que é o Secretário, e vir aqui. Agora, não fique tocando, não fique me acusando. Vocês já fizeram isso demais! ... (Expressões retiradas do texto por Requerimento do Ver. Mauro Zacher.)...quase matou um assessor meu, na campanha! Quase matou um assessor meu! Então, quem vai ter que responder por tentativa de homicídio é V. Exa. e seu esposo! Ou não é verdade que, na campanha, vieram com um pedaço de pau pelas costas dele, de uma maneira covarde? De maneira covarde! Porque tinham dinheiro! Tinham dinheiro para contratar gente como ninguém! Era uma campanha vistosa! Agora, V. Exa. não vai me acusar! Este Vereador está aqui para dizer o que tiver de dizer. E se V. Exa. quer uma CPI, não tem importância, nós também queremos. Não adianta me olhar com essa cara de deboche; isso não é postura de Vereadora: isso é coisa de criança mimada!
Depois desta troca de gentilezas, a revelar o elevado nível dos debates na Câmara da Capital gaúcha, Juliana encaminhou pedido de abertura de CPI para investigar a gestão de Zacher na Secretaria. Este, prontamente, encaminhou pedido idêntico, mas visando investigar os períodos em que Juliana e o marido estiveram à frente da pasta.
Aonde a coisa vai dar, ninguém sabe. Mas o certo é que a coisa respingará, além das carreiras políticas da dupla de petizes do PDT, também na administração chinfrim de José Fortunati (PDT), o qual deve amanhecer o dia com a cabeça de “Rambo”, atual secretário e consorte da netinha do homem, na bandeja.
(segundo uma velha ratazana do Legislativo portoalegrense, que presenciou o fato, quando do envio do projeto da criação da Secretaria da Juventude, no início de 2005, houve uma reunião no jurídico do Legislativo onde, às tantas, uma das figuras interessadas na criação da pasta tascou uma pergunta fatal: “doutor, será que dá para a secretaria receber e gerir recursos diretamente, sem passar pela Secretaria da Fazenda?” Os advogados da Câmara ficaram estupefatos). Nem precisava dizer mais. O resto é só conseqüência.
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