A onda de orgasmo golpista já se alastrava, quando veio um balde de águia fria nas pretensões tucanas: a Receita Federal informou que diversas outras pessoas tiveram seus sigilos violados, como a apresentadora Ana Maria Braga e membros da família Klein, proprietária das Casas Bahia. Posteriormente, veio a informação de que o número de quebras de sigilo fiscal pode subir a 140, levando à conclusão de que se trata de crime comum de venda de informações fiscais e não, como desejavam os serristas, de uma manobra política para constranger adversários (aliás, não se sabe como).
Mas Serra tentou aproveitar a oportunidade, afirmando diversas vezes que o PT era o responsável pela quebra dos sigilos e que Dilma devia uma explicação sobre o caso, como se ela fosse responsável pela conduta dos funcionários da Receita Federal. Fez mais: palestrando para a caserna, no Clube da Aeronáutica, Serra, sentindo-se em casa e espraiando seu neo-udenismo, criticou o que chamou de "loteamento de cargos do PT na administração pública", chegando a dizer que "o PT, sem ironia, tem característica de ocupação militar. É um exército que tem que ser acomodado." Só esqueceu de dizer que as duas servidoras identificadas como responsáveis pelos acessos pertencem dos quadros efetivos da Receita, não sendo "CCs do PT".
Mas para quem pensa que a movimentação do PIG ocorreu somente no centro do País se engana: aqui mesmo na província guasca a jornalista responsável pela coluninha "Brasília", do irrepreensível jornal Zero Hora, sentencia, ganhando mais algum tempo de estabilidade no emprego: "Um partido não pode se sentir tão poderoso, a ponto de invador segredos fiscais para ilustrar dossiês contra os inimigos." Pode?
(*) PIG: Partido da Imprensa Golpista.
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