cada vez o cheiro fica pior... |
Depois de passar dias dando manchetes sobre a quebra de sigilo da filha de Serra (aquela-coitada-que-tem-três-filhos-para-criar), o Grupo RBS, representante do PIG no RS, agora vai parar no olho do escândalo da arapongagem fardada do Piratini: segundo o advogado Adriano Marcos Pereira, que defende o sargento César Rodrigues de Carvalho, da Casa Militar do Governo do Estado do RS, responsável por vasculhar, utilizando os sistemas de informações do Estado, a vida de cidadãos, autoridades e até de crianças, o sargento repassava dados sigilosos de pessoas a repórteres do jornal Zero Hora, de propriedade do referido Grupo. Segundo ainda o advogado, ´"Realmente, o Rodrigues tinha intimidade com o pessoal da RBS".
Esta "intimidade" do sargento com repórteres do Grupo RBS é confirmada, inclusive, por outro policial militar que frequenta o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Na verdade, a denúncia descortina mais um capítulo das relações espúrias que existem entre a imprensa golpista e os métodos utilizados pela didadura militar, aliás, período em que vicejaram as empresas do Grupo RBS.
Veterana em disseminar calúnias, que atingiram o seu auge durante o governo Olívio Dutra, o que lhe rendeu diversos processos judiciais com ganho de causa para as vítimas da sua fúria contra o governo da Frente Popular, a RBS agora tem parte dos seus "métodos" para a obtenção de informações revelado ao público gaúcho. É o que se pode chamar, por excelência, de "sigilo da fonte".
Depois eles vem com aquele papinho de que é preciso defender a liberdade de imprensa (como se esta estivesse sob ameaça do governo mais caluniado pela grande mídia da história do Brasil), e outras baboseiras sobre a ética jornalística, das quais não são - e nunca serão - apóstolos. Para a grande mídia brasileira, liberdade de imprensa significa liberdade para caluniar e difamar impunemente quem atravessa seus interesses.
Na verdade, o escândalo do uso indevido do Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança do RS e seus desdobramentos traz à tona, entre outras, duas importantes questões para debate: quem controla os órgãos de segurança na utilização do acesso de dados da vida privada dos cidadãos e quais os limites do modelo de liberdade de imprensa praticado no Brasil.
E antes que algum apressado faça qualquer paralelo da situação do RS com a da Receita, deve ficar esclarecido que, no caso gaúcho, o autor tem nome, sobrenome, integra a polícia militar, exercia funções de confiança na Casa Militar, operava de dentro do Palácio e tem superiores apontados como envolvidos.
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