segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

JUSTIÇA SUSPENDE CONSTRUÇÃO SEM LICITAÇÃO DE PRESÍDIOS NO RS

A justiça gaúcha suspendeu, nesta sexta-feira (17/12), a construção, pelo governo do Estado, de seis presídios, cujas obras, no valor de quase 155 milhões de reais, estavam sendo contratadas pela governadora-comediante Yeda Crusius sem licitação. Que coisa, hein? Tia Yeda aprontando outra das suas.

A coisa começou em 2008 quando a expedita senhora, surpresa com o caos dos presídios gaúchos (já fazia quase dois anos que governava o RS), resolveu decretar "situação de emergência" no sistema prisional, aspecto que, no pensamento ela, lhe abriria a possibilidade de tascar a caneta e contratar as obras sem precisar fazer essa bobagem chamada licitação. Só há um pequeno detalhe: entre a decretação da emergência e a iniciativa para a construção das casas transcorreram dois anos. Ué, se a situação era emergencial já em 2008, porque só em agosto de 2010 as contratações foram encaminhadas? 

No início de novembro o Tribunal de Contas já havia suspendido liminarmente os contratos, por entender que não se justificava a ausência de licitação para obras tamanha envergadura. Ademais, qualquer conhecedor do direito público sabe que a Administração Pública não pode se aproveitar da sua inércia para, depois, dispensar a licitação sob a justificativa da emergência, que foi exatamente o que a boa senhora fez.

Mas a coisa mais engraçada envolvendo a maracutaia é a seguinte: das cinco empresas contratadas diretamente por tia Yeda para a construção das cadeias, quatro doaram dinheiro para a campanha dela!! Que coincidência... (aliás, uma delas, para tentar garantir o futuro, também soltou uma graninha na campanha do Tarso mas, justiça, este não tem nada a ver com as cadeias de Yeda , inclusive já as vem questionando desde a eleição).

Faltam apenas 12 dias, mas tia Yeda é uma fonte inesgotável de emoções...

domingo, 12 de dezembro de 2010

LÊNIN ANTECIPOU O WIKILEAKS

Diplomacia Exposta


"Inaugurar pactos de paz, depois dos quais não deverá haver acordos diplomáticos secretos, mas sim uma diplomacia franca e sob olhos públicos."  (Primeiro os 14 pontos do presidente Wilson, 1918)


   No alto verão de 1914, milhares de europeus de idade variada apresentaram-se voluntariamente às juntas de alistamento militar. Por todo o lado sentia-se uma euforia patriótica que fez com que a guerra que se avizinhava fosse a mais popular da história do ocidente. Estavam exultando em poder disparar uns contra os outros naquilo que foi provavelmente o maior surto de estupidez coletiva do mundo contemporâneo.
   No entanto, todos tinham motivos nobres para pegar em armas. A causa, acreditavam, era nobre: defender a pátria. E, se for preciso, morrer por ela.
   Até os partidos da 2ª Internacional Socialista que juraram fazer uma greve geral contra a guerra sucumbiram à maré belicista, votando nas verbas necessárias para municiar os exércitos e as marinhas. Somente um minúsculo grupo de exilados russos, liderados por Lênin, então um desconhecido que vivia em Berna, na Suíça, não se deixou seduzir pelo clamor sanguinário. Em setembro de 1915, reunido em Zimmerwald com outros socialistas, ele defendeu a tese de que "a guerra imperialista deveria se tranformar em guerras civis", para por abaixo a ordem reinante. Mas foi uma declaração inócua.
   Dois anos e dois meses depois, Lênin e os bolchevistas tomavam de assalto o poder na Rússia enquanto o czarismo ruía estrepitosamene. Seu primeiro movimento foi tirar o país da guerra e fazer a paz.
   De qualquer modo, a Rússia, exausta e com o exército amotinado, não podia mais continuar enfrentando as potências centrais (impérios Alemão e Austro-Húngaro).
   Deu-se, então, que os aliados ocidentais (Grã-Bretanha, França e EUA) jogaram todo o seu peso no sentido de evitar isso. Precisam do soldado russo no front leste para fixar parte dos alemães por lá. 
    A resposta de Lênin foi a publicação dos "documentos secretos" encontrados no cofre do Ministério d Exterior russo e imediatamente publicados no jornal Yzvestiya entre 10 e 23 de novembro de 1917. Foi a maior exposição até então conhecia das vísceras de um Estado.
   Lá estavam as provas de que a matança que havia devorado 16 milhões de vidas não tinha nada a ver com "defesa a pátria", mas era um vergonhoso jogo de toma-lá-dá-cá de territórios acertado entre os chefes de Estado das potências. a guerra, enfim, fora travada com fins imorais!
   O Presidente dos Estados Unidos, W. Wilson, um sincero idealista, dada a repercussão do episódio, terminou por colocar nos seus Quatorze Pontos (apresentados ao Congresso e 8 de janeiro de 1918 o compromisso de abolir com a diplomacia secreta como proposta futura a ser seguida por todas as nações.
   Agora, no caudal da guerra americano-afegã, assistimos outra vez à divulgação de uma massa impressionante de de "documentos secretos" pelo WikiLeaks, que de certo modo cumpre com o programa do presidente Wilson que desejava arejar as relações entre os Estados . Só que os tempos do idealismo foram-se há muito tempo com a morte dele.
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O artigo acima, do prof. Voltaire Schilling, publicado na imprensa portoalegrense no dia 07 do corrente, mostra que os americanos se lixaram para as idéias do presidente Wilson, mas também demonstra que a atitude de Lênin (aliás também esquecida pelos seus sucessores) antecipou a imperiosa necessidade de que os negócios públicos, inclusive os que dizem respeito às relações internacionais, devem ser trazidos ao conhecimento dos cidadãos, única forma de promover o controle social sobre os todos os governos e evitar as aberrações que custaram, ao longo da história, milhões de vidas.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

NOTA DOS VEREADORES SOBRE A CPI DA SECRETARIA DA JUVENTUDE NA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Nós, vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre, preocupados com a divulgação, pelos meios de comunicação, de uma provável “operação-abafa”  em relação ao requerimento formulado pela vereadora Juliana Brizola – adendado pelo vereador Mauro Zacher – , queremos manifestar o seguinte:

- A Câmara Municipal de Porto Alegre tem uma longa história de respeitabilidade e, nesse momento, somos os fiadores dessa trajetória;

- O instituto da CPI é definido, constitucionalmente, como instrumento da minoria e, no caso em questão, a CPI já conta com a assinatura da maioria dos parlamentares;

- Entendemos que devem ser apuradas e investigadas as irregularidades apontadas em TODAS as gestões da Secretaria Municipal da Juventude;

-  Não julgamos correto, neste momento, qualquer recuo no sentido de barrar a instalação da CPI, tanto quanto avaliamos como inaceitável a tentativa de colocar “panos quentes” sobre o assunto. Neste sentido, independentemente de qualquer questão formal, e apesar de os documentos serem desconexos, nós, vereadores, pedimos uma CPI para averiguar desvios de recursos na Secretaria Municipal de Juventude em todo o período.

- De acordo com o artigo 68 do Regimento Interno da Câmara Municipal de Porto Alegre, bastam 12 (doze) assinaturas para que uma CPI seja instalada de imediato – número amplamente superado no requerimento original.

Pelo exposto, exigimos que a CPI para investigar as denúncias de irregularidades na Secretaria Municipal de Juventude seja instalada de imediato.

Ver. Engenheiro Comassetto          Ver. Pedro Ruas
Ver. Maria Celeste                           Ver. Aldacir Oliboni                        
Ver. Adeli Sell                                   Ver. Airto Ferronato
Ver. Mauro Pinheiro                         Ver. Carlos Todeschini
Ver. Juliana Brizola                          Ver. Fernanda Melchiona
Ver. Sofia Cavedon                           

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

VEREADORES DO PDT SE ACUSAM MUTUAMENTE DE QUADRILHEIROS E ASSASSINOS




O barraco, inédito na história da Câmara de Municipal de Porto Alegre, envolve os vereadores Mauro Zacher, líder da bancada e a vereadora Juliana Brizola, neta do fundador do PDT. E as denúncias, as gestões de ambos, mais a do marido de Juliana, Alexandre "Rambo", na Secretaria da Juventude da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.


Criada pelo ex-prefeito José Fogaça (PMDB) como uma das contrapartidas para o apoio do PDT nas eleições municipais de 2004, a Secretaria da Juventude passou a ser foco de denúncias. Na gestão de Zacher, o primeiro titular da pasta, houve denúncias de desvio de recursos do Programa Nacional de Inclusão do Jovem - Projovem, desenvolvido com recursos do governo federal, através da contratação, sem licitação, de uma fundação envolvida no escândalo do DETRAN gaúcho, o qual arrastou para a vala o governo de Yeda Crusius.

Quando do estouro do escândalo, Mauro Zacher, abatido no ar, deixou a Secretaria, sendo substituído por Juliana Brizola e, quando esta desligou-se da pasta para concorrer à vereança, deixou em seu lugar o próprio marido, Alexandre "Rambo", na gestão de quem, agora, surgem novas denúncias envolvendo o desvio de recursos públicos.

Nos bastidores da Câmara de Porto Alegre sabia-se que as coisas estavam esquentando entre os grupos de Zacher e Juliana, que já haviam se enfrentado na campanha eleitoral, na qual ambos concorreram à Assembléia Legislativa, tendo Juliana sido eleita como a mais votada da bancada do PDT.

Na semana passada foi a vez das gestões de Juliana e do marido serem acusadas publicamente de irregularidades envolvendo o desvio de dinheiro público, a partir de investigações e gravações telefônicas realizadas pelo MP e pela Polícia.

Mas foi durante a sessão desta segunda-feira (06/12) que o caldo entornou, bastando trazer-se à colação trechos dos elegantes pronunciamentos trocados pelos nobres edis trabalhistas para que se constate a que nível a coisa chegou:

Juliana Brizola: (...) esta Secretaria, sim, foi alvo de uma quadrilha. Quadrilha essa que foi denunciada pela Polícia Federal - por formação de quadrilha e enriquecimento ilícito. Foram nove pessoas indiciadas. Não é uma denúncia, não é mais uma investigação; foram nove indiciados. Talvez, para esse grupo isso não tenha muita importância, porque eles caminham por aí, pelos corredores, fazem política como se nada tivessem nas costas. Realmente para eles não deve ser nada, porque muitos desses nove, que estão indiciados pela Polícia Federal, têm um homicídio nas costas, já foram processados por um homicídio! O que esperar dessa gente? Vejam com quem eu estou me metendo! E, nesse sentido, eu quero fazer aos meus colegas Vereadores, pelos quais eu tenho muito apreço e muita admiração, um registro: se algo acontecer comigo, com a minha família ou com alguém que trabalha comigo, podem ter certeza de que veio desse grupo.

Mauro Zacher: V. Exa. tem todo espaço que quiser para dizer o que quiser, vir aqui a esta tribuna, se explicar, trazer o seu esposo, que é o Secretário, e vir aqui. Agora, não fique tocando, não fique me acusando. Vocês já fizeram isso demais! ... (Expressões retiradas do texto por Requerimento do Ver. Mauro Zacher.)...quase matou um assessor meu, na campanha! Quase matou um assessor meu! Então, quem vai ter que responder por tentativa de homicídio é V. Exa. e seu esposo! Ou não é verdade que, na campanha, vieram com um pedaço de pau pelas costas dele, de uma maneira covarde?  De maneira covarde! Porque tinham dinheiro! Tinham dinheiro para contratar gente como ninguém! Era uma campanha vistosa! Agora, V. Exa. não vai me acusar! Este Vereador está aqui para dizer o que tiver de dizer. E se V. Exa. quer uma CPI, não tem importância, nós também queremos. Não adianta me olhar com essa cara de deboche; isso não é postura de Vereadora: isso é coisa de criança mimada!

Depois desta troca de gentilezas, a revelar o elevado nível dos debates na Câmara da Capital gaúcha, Juliana encaminhou pedido de abertura de CPI para investigar a gestão de Zacher na Secretaria. Este, prontamente, encaminhou pedido idêntico, mas visando investigar os períodos em que Juliana e o marido estiveram à frente da pasta.

Aonde a coisa vai dar, ninguém sabe. Mas o certo é que a coisa respingará, além das carreiras políticas da dupla de petizes do PDT, também na administração chinfrim de José Fortunati (PDT), o qual deve amanhecer o dia com a cabeça de “Rambo”, atual secretário e consorte da netinha do homem, na bandeja.

(segundo uma velha ratazana do Legislativo portoalegrense, que presenciou o fato,  quando do envio do projeto da criação da Secretaria da Juventude, no início de 2005, houve uma reunião no jurídico do Legislativo onde, às tantas, uma das figuras interessadas na criação da pasta tascou uma pergunta fatal: “doutor, será que dá para a secretaria receber e gerir recursos diretamente, sem passar pela Secretaria da Fazenda?” Os advogados da Câmara ficaram estupefatos).  Nem precisava dizer mais. O resto é só conseqüência.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

HOMENAGEM AOS BLOGUEIROS SUJOS


O Armarinho da Política homenageia os blogueiros(a) sujos(a) que tiveram a honra de entrevistar "O Cara". Nós também nos sentimos lá.

Na foto: "O Cara" e os blogueiros Altamiro Borges, do Blog do Miro, Renato Rovai, do Blog do Rovai, Leandro Fortes, do Blog Brasília, eu vi, José Augusto Duarte, do Blog Os Amigos do Presidente Lula, Túlio Viana, do Blog do Túlio Viana, Pierre Lucena, do Blog Acerto de Contas, William Barros, do Blog Cloaca News, Altino Machado, do Blog Altino Machado, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, Rodrigo Vianna, do Blog Escrevinhador. Também estava lá a d. Zeza, que toma Café enquanto o PIG toma Aspirinas.